sábado, 10 de outubro de 2009

O PORTO EM PRIMEIRO!

Dizem os especialistas que a maioria absoluta jogar-se no nível de abstenção das eleições de hoje, domingo: a confiança que as pessoas têm numa vitória assegurada da coligação PSD/CDS poderá servir como desincentivo a votar, pondo em risco este cenário.
Vamos mostrar a estes senhores que tal perigo está totalmente afastado. O nosso apoio declarado a um novo mandato do Dr. Rui Rio manifesta-se no VOTO. É nele, e só nele, está depositado o poder democrático de eleger os nossos representantes. Hoje, 11 de Outubro de 2009, vamos todos eleger quem tem na sua visão política para a cidade O PORTO EM PRIMEIRO!

Sexta à noite

À saída dos Aliados para a volta final pela cidade. A caravana que acompanhava os autocarros de campanha, com a Marlene na dianteira, estendia-se por centenas e centenas de metros. As pessoas vinham às janelas acenar-nos com o sinal V, declarando o seu apoio incondicional. Sentimos no Porto o espírito de uma grande Vitória!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Todos à Rua!


Inaugurações das Galerias de Miguel Bombarda

Mercado de Porto Bello (Praça Carlos Alberto)

A movida do Piolho

Animação da Baixa à noite

Festival "Se Esta Rua Fosse Minha"

Regresso da Feira do Livro aos Aliados

Um punhado de imagens vale mais que mil discursos - entao estas, de alguns dos melhores sites de fotografia do Porto (daqui e daqui).
Só uma cidade com um espírito empreendedor e criativo como o Porto é capaz de fabricar projectos culturais tão estimulantes como estes. Mérito, claro, dos seus promotores (privados, a maior parte), mas com o contributo fundamental da Câmara como criadora desse clima de liberdade e confiança, sem o qual nada seria possível.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Notas sobre o Aleixo e a habitação social

Tem sido um tema quente durante a campanha. Motivou, aliás, uma acesa discussão no primeiro debate entre os cinco candidatos, na Sic Notícias. PSD, CDU e Bloco apresentaram as suas respostas ao problema social do bairro, enquanto que o PS, pela mão da Dr. Elisa Ferreira, deixou a decisão para depois das eleições (como tem feito com muitos temas complexos, atitude própria de quem não conhece os dossiers).
Disse João Teixeira Lopes sobre o modelo ideal dos bairros sociais: "devem ser de pequena densidade, disseminados pela cidade, com boas acessibilidades". Raras são as vezes em que concordo com o Bloco, mas esta é uma delas. Parece porém que o Bloco não concorda consigo próprio: o partido propõe a manutenção das torres e da sua envolvente segundo os moldes actuais, ou seja, defende a perpetuação das degradantes condições de habitabilidade. Porque insistirá o Bloco, a despeito das suas mais inocentes intenções, em prender à pobreza quem sempre levou uma vida difícil e sofrida? Não terão essas pessoas o direito de melhorar a sua condição social?

A nova habitação social construída nos últimos oito anos segue estes requisitos: baixa densidade, urbanisticamente bem integrada, limpa e arejada; enfim, sítios dignos para se viver. Pretende-se com este modelo dar um novo significado à palavra "bairro". Um "bairro" não pode continuar a ser um gueto, para onde certa comunidade é atirada e deixada a definhar entre graves problemas sociais - toxicodependência, criminalidade, desemprego, etc. Um bairro deve, inclusive, deixar de ser sinónimo de habitação social. O saudável "bairrismo" que caracteriza a gente do Porto deve refocar-se na sua escala original, o bairro como componente humana de uma cidade, onde habitação social e privada coabitam harmoniosamente.
Este modelo de habitação social é o que melhor promove a igualdade de oportunidades e a justiça social, por oferecer aos mais desfavorecidos a oportunidade de poderem escolher entre um vasto leque de habitação, de acordo com as suas necessidades, projectos de vida, postos de trabalho e agregado familiar. Só assim se poderá construir uma cidade solidária, em que prevaleça o sentimento "bairrista" de entreajuda, de partilha de símbolos, de apego ao lugar, de dedicação social e de boa vizinhança.

As edificações do Aleixo - não os seus habitantes, que são parte da solução - constituem actualmente o maior obstáculo à concretização desta ambição. Esse obstáculo deve, por isso, ser removido; as torres devem ser demolidas. Não me parece que um novo bairro social deva ser erigida nesse local, visto que é uma zona em que este tipo de habitação existe com abundância e elevada densidade (os grandes bairros das Condominhas, da Pasteleira, de Pinheiro Torres...), o que é contrário ao enunciado em cima. Aos actuais habitantes, como já assumido pelo Dr. Rui Rio, será dada a oportunidade de escolher onde querem morar, atendendo às suas perspectivas e necessidades.
Nesta questão do Aleixo é posta em cima da mesa opção de pegar em conceitos obsoletos, que só alimentam o sentimento de injustiça e frustração social, e reinventá-los e adaptá-los segundo os valores em que queremos que a nossa cidade se desenvolva.
Bairro da Travessa de Salgueiros (Cedofeita), construído em 2008

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Porto de Turismo

Poderemos falar muito sobre o mandato que agora está terminar, poderemos “esmiuçar” a coesão social, e mobilidade urbana, a reabilitação da baixa, enfim. Mas se existe coisa que a cidade cresceu foi na criação de valor turístico.

A aposta cada vez mais consolidada na organização de grandes eventos com projecção além fronteiras, a atracção de novos pólos de entretenimento e o crescimento da estrutura hoteleira fazem com que a cidade ofereça a quem nos visita um produto mais flexível.

Em 2007 foi a região de turismo que mais cresceu em Portugal, e estando consciente que Algarve e Lisboa têm argumentos muito mais fortes e maduros para captar os turistas, poderemos contudo aspirar a mais. Sem dúvida que a orientação que tem vindo a transparecer em dotar a cidade de infra-estruturas com capacidade para albergar grande eventos e congressos de maior dimensão é a prova viva que o rumo estratégico definido no Plano Estratégico Nacional do Turismo não passa somente do papel.

Existe outro ponto que influencia muito a gravitação do turismo na região norte que é o aeroporto Francisco Sá Carneiro, mas esta é mais que uma questão de duas linhas e que não pode ser tratada com a marginalidade com que "o poder em Lisboa" tem feito.

Para concluir esta breve pincelada, não quero deixar de referir que o Porto tem neste momento a maior Pousada de Portugal, situada no Palácio do Freixo e que muito deve orgulhar todos os portuenses.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Debate

O debate de ontem na Sic Notícias demonstrou os diferentes patamares em que se encontram os vários candidatos à Câmara Municipal do Porto.

Rui Rio e Rui Sá conhecem os problemas da cidade, são cooperantes, têm pontos de vista diferentes em algumas matérias nos quais a respectiva ideologia naturalmente se mostra. A questão do Aleixo torna claro que ambos conhecem a cidade, mas propõem soluções diferentes.

Rui Rio tem formação do tipo alemão, tendo por isso uma postura de rigor em geral, e em particular nas contas públicas da Câmara, austeridade e promoção da iniciativa privada no sentido de que quem constrói a cidade são os portuenses. Independentemente de se concordar com a ideologia, todos os argumentos de Rui Rio são claros, isto é, as suas opções são bem fundamentadas e coerentes.

Rui Sá é também um portuense de gema, conhecedor da cidade e das pessoas e com grande afectividade pelas questões ambientais. Distante das questiúnculas partidárias, trabalha para o Porto como ninguém, prova disso foi o pelouro que ocupou no mandato anterior e todo o trabalho que desenvolve, ainda que não estando de momento na Câmara, cooperando na procura de soluções.

João Teixeira Lopes é também conhecedor da cidade, mas sobretudo preocupado com as pessoas e com algum toque da influência do fenómeno Bloco de Esquerda, quando por exemplo no debate para a Câmara, acusa o ministro Teixeira dos Santos de ser o responsável pelo desemprego. Em todo o caso, as pessoas são o mais importante e é fundamental que a cada passo nunca nos esqueçamos das suas sensibilidades. Claro que todos querem o melhor para os portuenses, mas algumas medidas deveriam ser acompanhadas de melhor acompanhamento social como propõe JTL.

João Pinto é uma pessoa genuína cujas opiniões pouco diferem dos candidatos da CDU e do Bloco, sendo no entanto de notar que é excepcionalmente calmo e bom de ouvir num debate, pois é sintético.

Elisa Ferreira é de outro campeonato, talvez nem sequer do mesmo desporto. Não só a educação no debate é levada a mínimos históricos, algo que fica muito mal a uma senhora, como parece completamente desenquadrada da realidade. O facto de ser candidata pelo PS não deve fazer com que sobre ela recaia o fantasma do que os anteriores responsáveis fizeram, nomeadamente Fernando Gomes, Nuno Cardoso e os deputados eleitos para a Assembleia Municipal. Nem deve esse argumento contra ela ser utilizado.
Contudo, o que deve ser questionado, é o facto de que durante todo o tempo em que esses responsáveis tomaram decisões erradas pela sua cidade, Elisa Ferreira nada fez e nada dissse. Aliás, a não ser no último ano, a cidade do Porto não ouviu uma palavra da eurodeputada. Naturalmente que o inverso também é verdade, Elisa Ferreira não ouviu nem leu nada sobre o Porto nos últimos 10 anos e isso sim é de criticar. A ausência de Elisa Ferreira dos debates e dos problemas sobre a cidade do Porto por si só enfraquece qualquer argumento utilizado pela candidata do PS, que considera que basta reunir alguns afamados artistas e pedir-lhes para fazerem campanha em cada concerto para vencer a CMP.

Elisa Ferreira é certamente uma óptima eurodeputada e tem feito nesse campo um trabalho que até à data não foi alvo de críticas. Isso não lhe dá o direito de ser uma candidata pára-quedista, criticar tudo e todos sem registo histórico de posições próprias e sua defesa nos principais temas da cidade e ainda ter o descaramento de dizer que se já foi ministra não quer ser vereadora da Câmara e se perder volta para a sua função no Parlamento Europeu.

A questão principal é a seguinte. Existe muito debate que deve ser feito sobre a cidade do Porto. Mais importante ainda, o debate não deve terminar no dia em que se souber o vencedor. O debate deve ser feito por todos os interessados que por cá ficarem e que tenham um forte desejo de melhorar esta cidade em que vivemos.

Há muito para fazer, desde a competitividade das empresas do Porto, ao apoio à habitação dos jovens na baixa, ao muito necessário investimento nas pequenas infra-estruturas de desporto na cidade, ao problema do tráfico de droga, aos problemas crescentes de trânsito, à qualidade de vida e espaços ambientais, à aposta nos transportes públicos e alternativos, como a bicicleta, à criação de pontos de conhecimento por toda a cidade, da qual o investimento em fibra óptica também faz parte, entre outros. Para todos estes temas são precisos os cidadãos do Porto interessados, que independentemente do resultado das eleições daqui a 10 dias, ficarão na antiga, mui nobre e sempre leal e invicta cidade do Porto.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Cultura e Sociedade

Cultura, diz respeito a todas os aspectos espirituais, materiais, intelectuais ou afectivos que caracterizam uma sociedade ou grupo humano. Inclui, além da arte e da literatura, os modos de vida, os direitos humanos, o sistema de valores, tradição e religião. UNESCO

Cultura é, numa palavra, a expressão de um povo. Diz-se que uma cidade não sobrevive sem Cultura; nada de mais verdadeiro. Aliás como poderia, sendo parte intrínseca da sua identidade. Sendo assim, se o povo de uma cidade levar uma vida difícil e ingrata, se as pessoas que dele fazem parte viverem mal e suportarem condições injustas e degradantes, se não puderem confiar nos seus representantes para que cumpram com as suas responsabilidades, a Cultura de tal povo não será mais que o seu próprio reflexo: pobre, apática e postiça.
A expressão cultural só terá bases para florescer numa cidade se nela estiverem reunidas as condições para que os seus habitantes vivam, sonhem e criem digna e livremente. O estado de degradação dos bairros sociais, o abandono da Baixa, o despesismo irresponsável que ignorava a tragédia social, o clima de insegurança, enfim, todo o ambiente que caracterizava a cidade em 2001, exprimia também a vida cultural que então existia: pobre, apática e postiça.
Dizem os críticos do actual executivo que, ao longo dos dois últimos mandatos, o seu Presidente desprezou e maltratou a Cultura. Não conseguem perceber que, bem pelo contrário, criou as condições necessárias para que possa haver no Porto uma dinâmica cultural e artística como nunca se pensou possível na cidade (provavelmente nem pelos responsáveis da Porto 2001), e que mostra já efeitos de um promissor futuro.
Ao atacar com eficácia e atenção os mais graves problemas da cidade (em cima referidos) o executivo possibilitou o crescimento de um factor chave para a afirmação da cultura: público (ou melhor, públicos). Por outro lado permitiu o desenvolvimento de projectos artísticos originais e genuinamente portuenses, que encontraram nesses públicos uma grande adesão e incentivo para continuar. Finalmente, deu ao público e aos criadores a liberdade para decidir o que ver e o que criar. Desta forma, o acesso à cultura tornou-se mais democrático e transparente, promovendo ainda a saudável interacção entre espectador-criador, que permite a evolução cultural.
Perante isto, cabe-nos no próximo dia 11 escolher um de dois cenários: Porto 2001 ou Porto 2009, com a plena noção de que se optarmos por um retrocesso desta vez será irreversível.

(foto daqui)