quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Debate

O debate de ontem na Sic Notícias demonstrou os diferentes patamares em que se encontram os vários candidatos à Câmara Municipal do Porto.

Rui Rio e Rui Sá conhecem os problemas da cidade, são cooperantes, têm pontos de vista diferentes em algumas matérias nos quais a respectiva ideologia naturalmente se mostra. A questão do Aleixo torna claro que ambos conhecem a cidade, mas propõem soluções diferentes.

Rui Rio tem formação do tipo alemão, tendo por isso uma postura de rigor em geral, e em particular nas contas públicas da Câmara, austeridade e promoção da iniciativa privada no sentido de que quem constrói a cidade são os portuenses. Independentemente de se concordar com a ideologia, todos os argumentos de Rui Rio são claros, isto é, as suas opções são bem fundamentadas e coerentes.

Rui Sá é também um portuense de gema, conhecedor da cidade e das pessoas e com grande afectividade pelas questões ambientais. Distante das questiúnculas partidárias, trabalha para o Porto como ninguém, prova disso foi o pelouro que ocupou no mandato anterior e todo o trabalho que desenvolve, ainda que não estando de momento na Câmara, cooperando na procura de soluções.

João Teixeira Lopes é também conhecedor da cidade, mas sobretudo preocupado com as pessoas e com algum toque da influência do fenómeno Bloco de Esquerda, quando por exemplo no debate para a Câmara, acusa o ministro Teixeira dos Santos de ser o responsável pelo desemprego. Em todo o caso, as pessoas são o mais importante e é fundamental que a cada passo nunca nos esqueçamos das suas sensibilidades. Claro que todos querem o melhor para os portuenses, mas algumas medidas deveriam ser acompanhadas de melhor acompanhamento social como propõe JTL.

João Pinto é uma pessoa genuína cujas opiniões pouco diferem dos candidatos da CDU e do Bloco, sendo no entanto de notar que é excepcionalmente calmo e bom de ouvir num debate, pois é sintético.

Elisa Ferreira é de outro campeonato, talvez nem sequer do mesmo desporto. Não só a educação no debate é levada a mínimos históricos, algo que fica muito mal a uma senhora, como parece completamente desenquadrada da realidade. O facto de ser candidata pelo PS não deve fazer com que sobre ela recaia o fantasma do que os anteriores responsáveis fizeram, nomeadamente Fernando Gomes, Nuno Cardoso e os deputados eleitos para a Assembleia Municipal. Nem deve esse argumento contra ela ser utilizado.
Contudo, o que deve ser questionado, é o facto de que durante todo o tempo em que esses responsáveis tomaram decisões erradas pela sua cidade, Elisa Ferreira nada fez e nada dissse. Aliás, a não ser no último ano, a cidade do Porto não ouviu uma palavra da eurodeputada. Naturalmente que o inverso também é verdade, Elisa Ferreira não ouviu nem leu nada sobre o Porto nos últimos 10 anos e isso sim é de criticar. A ausência de Elisa Ferreira dos debates e dos problemas sobre a cidade do Porto por si só enfraquece qualquer argumento utilizado pela candidata do PS, que considera que basta reunir alguns afamados artistas e pedir-lhes para fazerem campanha em cada concerto para vencer a CMP.

Elisa Ferreira é certamente uma óptima eurodeputada e tem feito nesse campo um trabalho que até à data não foi alvo de críticas. Isso não lhe dá o direito de ser uma candidata pára-quedista, criticar tudo e todos sem registo histórico de posições próprias e sua defesa nos principais temas da cidade e ainda ter o descaramento de dizer que se já foi ministra não quer ser vereadora da Câmara e se perder volta para a sua função no Parlamento Europeu.

A questão principal é a seguinte. Existe muito debate que deve ser feito sobre a cidade do Porto. Mais importante ainda, o debate não deve terminar no dia em que se souber o vencedor. O debate deve ser feito por todos os interessados que por cá ficarem e que tenham um forte desejo de melhorar esta cidade em que vivemos.

Há muito para fazer, desde a competitividade das empresas do Porto, ao apoio à habitação dos jovens na baixa, ao muito necessário investimento nas pequenas infra-estruturas de desporto na cidade, ao problema do tráfico de droga, aos problemas crescentes de trânsito, à qualidade de vida e espaços ambientais, à aposta nos transportes públicos e alternativos, como a bicicleta, à criação de pontos de conhecimento por toda a cidade, da qual o investimento em fibra óptica também faz parte, entre outros. Para todos estes temas são precisos os cidadãos do Porto interessados, que independentemente do resultado das eleições daqui a 10 dias, ficarão na antiga, mui nobre e sempre leal e invicta cidade do Porto.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Cultura e Sociedade

Cultura, diz respeito a todas os aspectos espirituais, materiais, intelectuais ou afectivos que caracterizam uma sociedade ou grupo humano. Inclui, além da arte e da literatura, os modos de vida, os direitos humanos, o sistema de valores, tradição e religião. UNESCO

Cultura é, numa palavra, a expressão de um povo. Diz-se que uma cidade não sobrevive sem Cultura; nada de mais verdadeiro. Aliás como poderia, sendo parte intrínseca da sua identidade. Sendo assim, se o povo de uma cidade levar uma vida difícil e ingrata, se as pessoas que dele fazem parte viverem mal e suportarem condições injustas e degradantes, se não puderem confiar nos seus representantes para que cumpram com as suas responsabilidades, a Cultura de tal povo não será mais que o seu próprio reflexo: pobre, apática e postiça.
A expressão cultural só terá bases para florescer numa cidade se nela estiverem reunidas as condições para que os seus habitantes vivam, sonhem e criem digna e livremente. O estado de degradação dos bairros sociais, o abandono da Baixa, o despesismo irresponsável que ignorava a tragédia social, o clima de insegurança, enfim, todo o ambiente que caracterizava a cidade em 2001, exprimia também a vida cultural que então existia: pobre, apática e postiça.
Dizem os críticos do actual executivo que, ao longo dos dois últimos mandatos, o seu Presidente desprezou e maltratou a Cultura. Não conseguem perceber que, bem pelo contrário, criou as condições necessárias para que possa haver no Porto uma dinâmica cultural e artística como nunca se pensou possível na cidade (provavelmente nem pelos responsáveis da Porto 2001), e que mostra já efeitos de um promissor futuro.
Ao atacar com eficácia e atenção os mais graves problemas da cidade (em cima referidos) o executivo possibilitou o crescimento de um factor chave para a afirmação da cultura: público (ou melhor, públicos). Por outro lado permitiu o desenvolvimento de projectos artísticos originais e genuinamente portuenses, que encontraram nesses públicos uma grande adesão e incentivo para continuar. Finalmente, deu ao público e aos criadores a liberdade para decidir o que ver e o que criar. Desta forma, o acesso à cultura tornou-se mais democrático e transparente, promovendo ainda a saudável interacção entre espectador-criador, que permite a evolução cultural.
Perante isto, cabe-nos no próximo dia 11 escolher um de dois cenários: Porto 2001 ou Porto 2009, com a plena noção de que se optarmos por um retrocesso desta vez será irreversível.

(foto daqui)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Debates

Os candidatos à Câmara do Porto nas próximas eleições autárquicas vão estar em confronto em quatro debates televisivos. O primeiro está agendado para a próxima quarta-feira, dia 30 de Setembro, às 22 horas, na SIC Notícias. Segue-se, depois um outro no dia 6 de Outubro, no Porto Canal.
O último debate deverá acontecer no dia 8, na RTP. Está ainda agendado um confronto na TVI, que será gravado na próxima sexta-feira, mas que só depois irá para o ar, em data ainda a designar.
Na rádio, está previsto apenas um debate, também entre todos os candidatos na Antena 1, no dia 6 de Outubro. Grande Porto

Será certamente nos debates que todas as confusões criadas pela oposição para levantar a suspeita dos portuenses contra o actual executivo serão dissipadas. Veremos também quem anda verdadeiramente a esconder as suas propostas sobre alguns dos problemas mais sérios da cidade como o Aleixo, o Parque da Cidade, a Reabilitação da Baixa e a Habitação Social.

sábado, 26 de setembro de 2009

Porto + verde III

Quinta do Covelo

"Esta reabilitação permite dar uma maior utilização a um parque verde, organizado, vocacionado sobretudo para as crianças", sublinhou o Presidente da CMP, revelando ainda que o novo Parque Infantil (incluindo os trabalhos na via pública) orçou em cerca de 1,6 milhões de euros. "Vamos melhorando a cidade à medida que, financeiramente, temos essa hipótese", acrescentou. JPN

A preservação e valorização dos espaços verdes da cidade é também um factor de desenvolvimento e coesão social; porque promove a qualidade de vida dos portuenses, o seu espírito de cidadania e o respeito pelo meio ambiente. Não admira, por isso, a forte posição do Dr. Rui Rio e da sua equipa contra as construções no Parque da Cidade que o PS quer, a qualquer custo (que são, sobretudo, sociais), levar para a frente.

O poder da iniciativa

As edições de hoje do Público e do JN ilustram na perfeição o que pode ser alcançado quando o poder político fomenta um saudável ambiente de liberdade de iniciativa; e o que uma cidade pode ganhar com isso!

Palácio das Artes recuperado abre dentro de um mês
(já referido aqui)
Mercado de Porto Belo continua até Outubro
Bairro dos Livros cresce e ganha enredo mas até pode vir a acabar nos tribunais (as habituais e inevitáveis polémicas de organização interna, que certamente não irão prejudicar o crescimento deste projecto)

Também a propósito, realiza-se no próximo Sábado o festival Se esta rua fosse minha..., um evento que, pelo seu espírito criativo e ecléctico, já faz parte do calendário da cidade.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A nova «movida»

Longe vão os tempos em que a noite caía e a baixa da cidade se vestia das mais escuras e tristes cores. O reboliço nocturno reapareceu e com ele o centro histórico do Porto ganhou vida e vontade própria. Em algumas das ruas mais desertas e decadentes da cidade ergueram-se vários espaços noctívagos que têm feito as delícias dos apreciadores de uma «movida louca». reportagem da revista Viva Porto

É Coltura, amor!

Com grande admiração li hoje no Público as propostas da candidata Elisa Ferreira para a área da Cultura (à data que escrevo ainda nada se encontra disponível no seu site oficial). É importante não esquecer que a Cultura foi definida precisamente como a prioridade nº1 da sua candidatura. Esperava-se, por isso, um programa consistente e transversal, no qual a candidata se pronunciasse sobre o futuro dos equipamentos culturais da cidade, sobre a dinâmica criada em certas zonas hoje vistas como pólos de atracção artística, que definisse a relação da autarquia com todos os agente culturais da cidade (e não apenas com os mais conhecidos ou os mais reivindicativos), entre outros aspectos importantes.

Em vez, o que temos são algumas ideias soltas carentes de coerência programática, a maior parte resgatada do passado socialista da autarquia, umas que não passam de mero fogo-fátuo, outras que simplesmente extravasam a competência da Câmara.

Como exemplo desta indefinição de responsabilidades temos a "bandeira" da Cinemateca, uma promessa do actual Ministro da Cultura, António Pinto Ribeiro, a quem a candidata diz ter "pressionado" para avançar com o projecto. Se o fez não foi publicamente, e se não o fez publicamente não o fez de forma transparente - desconhecemos, portanto, os termos em que tal foi feito. Um projecto tão importante para a cidade não pode ser cozinhado nos bastidores da política partidária. Porventura foi esta forma de fazer política que ditou a rebuscada proposta de uma Cinemateca tripartida.

Da mesma forma, a candidata continua a alimentar a recorrente confusão entre a responsabilidade da Câmara e a responsabilidade do Ministério da Cultura na gestão dos equipamentos culturais da cidade. Exigir que a Câmara interfira na gestão nos equipamentos propriedade do Ministério da Cultura, permitindo que o contrário aconteça com os equipamentos municipais, só prejudica a boa condução do trabalho desenvolvido pelos criadores das respectivas instituições. A Câmara deverá, isso sim, exigir do Ministério que atente às suas competências de forma a servir o melhor possível o público portuense.

As propostas mais "festivaleiras" são inócuas, já que nada de novo poderão trazer à actual dinâmica cultural da cidade. Aliás, irão, de certa forma, "concorrer" com as iniciativas privadas actualmente promovidas e dificultar o seu crescimento; seja pelo "abafamento" dos canais de divulgação cultural (os disponibilizados pela Câmara, os privados e os informais); seja pela carga burocrática que, por razões de funcionalidade, terá de ser imposta e que impedirá que essas iniciativas se realizem com relativa naturalidade, como hoje acontece; seja por mais que prováveis interferências na sua livre condução e promoção (o que tem sido habitualmente chamado pela candidata de "conjugação de interesses").
As propostas são tão específicas que, no âmbito do seu festival anual, Elisa Ferreira chega a propor que os restaurantes da Baixa "sirvam tripas à moda do Porto à borla", prova que este dirigismo obsessivo não se limita a meras linhas orientadoras.

Se queremos uma cidade cosmopolita e culturalmente dinâmica não podemos deixar que sejam os agentes políticos, os burocratas, os funcionários da Câmara a indicar ou, noutros termos, a "sugerir", quais as iniciativas que devem ou não ser promovidas.
É importante que esta decisão permaneça nas mãos dos criadores, promotores e investidores e que estes estejam dispostos a pôr a qualidade dos seus espectáculos/exposições/peças/etc à prova do juízo crítico dos seus públicos. A experiência tem mostrado, ao longo dos anos, que as pessoas recompensam sempre projectos de grande qualidade artística quando a sua concepção e divulgação são bem conseguidas. Só assim se garante uma oferta diversificada e de excelência que abranja todo o tipo de públicos e gostos.
Para isso, a Câmara terá de saber afectar eficientemente os recursos existentes (equipamentos culturais, por exemplo) e distribuí-los de forma justa, para que cem pessoas não impeçam mil outras de usufruir de um espectáculo.

Fica também o desafio ao músico Pedro Abrunhosa de brindar os portuenses com um concerto seu numa grande sala da cidade, já que, no mesmo artigo, o artista exprime saudades de voltar a fazê-lo. Perceberá ele, certamente, que qualquer músico é livre de dar um concerto, seja no Coliseu, na Casa da Música, no Teatro do Campo Alegre, etc., desde que assuma as responsabilidades (financeiras, operacionais, artísticas...) da actuação, como é exigido a qualquer outro artista. Nisto a Câmara não poderá ter a mais pequena interferência, quer concorde ou não com o conteúdo do espectáculo. Só não poderá, por uma questão de igualdade de tratamento, apoiar alguém preferencialmente, por mais popular e mediática que essa pessoa seja.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Porto + verde II

Ribeira da Asprela - Pólo Universitário

É nesta área, localizada perto do Pólo Universitário e numa zona de forte expansão urbanística, que serão reabilitados o leito, margens e envolvente da ribeira.De forma a valorizar-se este espaço natural e devolvê-lo à população, serão criadas condições para o seu usufruto em actividades de desporto, lazer e contacto com a natureza. AdP

Numa zona tão movimentada da cidade como o Pólo Universitário da Asprela, onde milhares de pessoas estudam e trabalham, projecta-se este novo espaço verde de forma a dar a consistência de um verdadeiro "campus" universitário, como os seus estudantes há muito reclamam, através da valorização ambiental da Ribeira da Asprela e das suas margens.

A zona contará ainda com uma extensa rede de ciclovias que fará ligação com o centro da cidade, criando um verdadeiro corredor verde.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Centro Histórico, Centro de Arte

É uma zona com tradição na área da criação artística - não é por acaso que as principais escolas de artes da cidade aí se encontram, ocupando edifícios centenários na zona classificada como Património da Humanidade (como a ESAP, a Árvore ou o Balleteatro) ou então na sua esfera de influência, ao longo da Baixa (FBAUP, ACE, ESMAE, Secundária Soares dos Reis).

Cooperativa Árvore

Não é também por acaso que alguns dos mais importantes alfarrabistas do Porto (os da Rua das Flores) aí fazem negócio há décadas, tendo construído um nome e reputação de nível internacional.
O Centro Histórico é igualmente casa de alguns espaços já míticos que activamente contribuem para uma oferta cultural de qualidade na cidade; seja através dos recitais de poesia do Pinguim Café, das exposições e tertúlias do Clube Literário do Porto, dos concertos d'O meu mercedes (um dos poucos espaços que foi sobrevivendo à desertificação do Centro Histórico), dos festivais de música promovidos pela Associação Comercial do Porto no belíssimo Salão Árabe, entre outros.

recital de poesia no Pinguim Café

Paralelamente assiste-se a uma crescente aposta no sector hoteleiro, através de novos conceitos de hotéis de charme pensados especificamente para antigos palacetes em ruínas; ou então, atendendo a outro sector em franca expansão, em hostels e no segmento low-cost, direccionado a um público mais jovem.
O feliz casamento entre arte e tradição faz surgir propostas comerciais como este Porto Paixão, onde peças de artesanato e produtos típicos da região são criativamente reinventados.

Para muito em breve contaremos com a abertura do Palácio das Artes - Fábrica de Talentos, um ambicioso projecto promovido pela Fundação da Juventude que terá como missão constituir-se como um centro de criatividade e inovação de excelência nacional e internacional, promovendo profissionalmente os Jovens Criadores / Artistas. Ser o pólo dinamizador do centro histórico enquanto cluster natural das artes e das Indústrias Criativas, potenciando a sua capacidade de atracção de profissionais criativos e de turismo. Esta obra tornar-se-à uma plataforma de ajuda a novos criadores, através do apoio à sua actividade e projecção das suas obras.

Edifício Douro, futuro Palácio das Artes

Muitos destes espaços e instituições viveram dias difíceis no tempo em que a cidade se encontrava de costas voltadas para o Centro Histórico, no tempo em que a desertificação batia às suas portas. O mérito de terem vencido as adversidades desse tempo (a que muitos não sobreviveram) é exclusivamente dos seus criadores e promotores.
No entanto, foi nos mandatos do Dr. Rui Rio que a autarquia voltou a dar a devida importância ao Centro Histórico e os portuenses foram progressivamente reavendo a zona mais nobre da sua cidade. Só desde então é que alguns dos projectos acima referidos (e tantos outros que actualmente contribuem significativamente para a repovoação da Baixa) viram estarem reunidas as condições necessárias para avançar e ter sucesso.

Desse esforço tremendo de "reconquista" do Centro Histórico destaca-se a acção da Porto Vivo SRU e de todo o processo de reabilitação por si gizado e promovido. E, em particular, de uma visão concreta para a zona, baseada na valorização da actividade artística alimentada por alguns dos espaços e organizações já referidos (entre muitos outros, claro).
A proposta de tornar a Sé num "bairro de estudantes", através da criação de residências universitárias (projecto do QREN já aprovado), do incentivo à instalação de ateliers, escritórios e habitações de tipologias tipo T0 e T1 (que se adequam melhor ao edificado histórico e classificado), encontra nessa visão o seu fundamento.

Para além disso, o executivo viu no reaproveitamento de equipamentos municipais sem função específica uma forma de contribuir para a afirmação cultural da zona. Assim foi feito com o Mercado Ferreira Borges (desaproveitado há décadas depois do mercado tradicional de frescos que aí se realizava ter entrado em desuso) que brevemente renascerá como uma "âncora" de desenvolvimento da zona:
O Hard Club no Mercado Ferreira Borges aposta na identidade patrimonial e na criação, promoção e desenvolvimento de práticas, bens e produtos capazes de proporcionarem uma experiência que unifica história, cultura e lazer e arte, em expressões tão distintas como a música, a pintura, a escultura, a fotografia, a dança, o cinema e o teatro.
A aposta na ocupação eficiente e apropriada dos equipamentos municipais potenciou a criação deste projecto privado que actuará como factor de promoção internacional da cidade e do seu Centro Histórico como pólo de criação artística, mas também como local de formação e divulgação cultural.

O investimento nos bens culturais será, certamente, um dos caminhos que a cidade poderá (e, na minha opinião, deverá) seguir para se tornar mais competitiva no futuro. Se assim for, estão hoje lançadas as condições para fazer do Centro Histórico do Porto o epicentro desse movimento.

projecto do novo Hard Club no Mercado Ferreira Borges

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Porto + verde

Parque Oriental

«Os antigos campos agrícolas serão, agora, transfigurados e reconvertidos num parque, mas a sua arquitectura não irá apagar a memória da compartimentação da antiga paisagem rural»
«A cidade é um trabalho que exige uma atitude e um empenho visionário.
[Os parques] são obras lentas, que abrangem gerações ... talvez daqui a 20 anos, quando as pessoas se habituarem a visitar o Vale do Rio Tinto com o mesmo prazer com que hoje se dirigem à Foz, à Ribeira, ao Parque da Cidade, ou à Rua de Santa Catarina».

Arquitecto Sidónio Pardal, autor dos projectos do Parque Oriental e do Parque da Cidade

A primeira fase do Parque Oriental ficará concluída ainda este ano; serão novos 10 hectares de área verde na cidade, de um total de 81 hectares projectados.

Por princípio

« A primeira coisa a que nos queremos referir, ao abrir o nosso Programa Eleitoral, é aos valores e propósitos em que acreditamos, e que devem estruturar o que nos propomos fazer ao longo dos próximos quatro anos.
O primeiro é a Liberdade! O Porto lutou por ele, com armas na mão, quase há dois séculos, e sempre a manteve como valor cimeiro.
Os valores da Iniciativa, do Empreendedorismo, da Realização pelo Trabalho asseguram a prosperidade do Porto desde sempre. Terá de ser nestes valores que devemos assentar os nossos esforços.
A Solidariedade está bem expressa nas numerosas associações que, com esse propósito, o Porto manteve e mantém. A Câmara Municipal não pode deixar de dar o seu contributo neste domínio.
A Cidade sempre foi acolhedora. A Tolerância em relação ao estrangeiro e ao diferente bem como a prática da Interculturalidade fazem parte do nosso património moral.
O enorme Orgulho da nossa Identidade de povo antigo que soube adaptar-se aos novos desafios do tempo deve ser, continuamente, reforçado. O Respeito pelo Passado deve ter como contraponto a vontade de Construir um Futuro em que todos sejamos capazes de nos rever.
O Sentido Cívico que nos faz viver uns com os outros em bons termos e de forma agradável terá de ser reafirmado em todas as circunstâncias.
Os membros eleitos e os membros da Administração Municipal estão ao Serviço dos Munícipes. Por isso, a sua acção tem de ser exercida com a maior Dedicação e Transparência, tendo a Modernização da Administração como preocupação constante.
Acreditamos que o Progresso está ao nosso alcance através de um conhecimento melhorado em permanência, e procurado de forma sistemática e deliberada, com o Esforço de cada um e de todos. »

Excerto da introdução ao Programa Eleitoral "O Porto em Primeiro" coordenado pelo Prof. Valente de Oliveira.

domingo, 20 de setembro de 2009

O nosso apoio

Tal como há quatro anos, as prioridades da coligação liderada pelo Dr. Rui Rio voltam a centrar-se na Coesão Social e na Regeneração Urbana. O esforço dedicado ao longo dos últimos oito anos a estas duas áreas deu já visíveis e consideráveis frutos, e só quem desconhece a "cidade actual" ou se recusa a admitir o que vê é que pode negar esta evidência. Prova disso mesmo é a inclusão de uma nova prioridade no programa eleitoral - a Competitividade - cuja pertinência se relaciona precisamente com o actual ambiente de crescimento e dinâmica que a cidade começa a experienciar.
Existe uma declarada vontade social de investir no Porto, nas suas gentes e no seu progresso. Existe um saudável ambiente de confiança nos agentes públicos e privados da cidade, o que permite a criação e o desenvolvimento de projectos de grande importância social e económica. Este ambiente e este espírito só são uma realidade pelo esforço levado a cabo nestas duas áreas prioritárias ao longo dos últimos oito anos. Outras e irresponsáveis prioridades tivessem sido tomadas e hoje o que teríamos seria uma cidade amorfa, pobre, desinteressada e socialmente desequilibrada.

A mais importante responsabilidade da Câmara prende-se com a Habitação Social, uma das funções que o poder local deve assumir enquanto garante da Igualdade de Oportunidades numa sociedade justa e coesa. Um papel de grande responsabilidade social porque afecta no imediato um quinto dos habitantes da cidade, ou seja, em números redondos, cerca de 40 mil pessoas; mas afecta ainda directamente as suas famílias, vizinhos e amigos; e indirectamente toda a estrutura social assente nas vidas dessas pessoas: postos de trabalho, serviços sociais, ajuda a pessoas necessitadas, compromissos vários, perspectivas de futuro, auto-confiança colectiva... Afecta, enfim, a nível global, o tecido social e económico da cidade, assim como o bem estar de todos os seus habitantes. É por isso dever de uma autarquia garantir aos que usufruem da habitação social condições dignificantes quer ao nível do edificado quer ao nível do ambiente em que este se insere.

Sendo a Baixa da cidade, com o seu Centro Histórico, aquilo que distingue o Porto de todas as outras cidades do mundo, o esforço afecto à resolução dos seus problemas contribui decisivamente para a valorização da identidade da cidade. Portador de um incalculável valor patrimonial, histórico e civilizacional, o degradado Centro Histórico é, de facto, uma das maiores preocupações da cidade e a sua reabilitação um sério desafio. Devemos por isso empenhar-nos em reunir os esforços de quem queira contribuir para o fazer, rejeitando propostas ultra-planificadoras e financeiramente inviáveis que desprezam essa vontade mobilizadora. Queremos devolver a Baixa às pessoas e aos agentes da cidade, algo que só poderá ser feito com o indispensável contributo de todos. Além disso, só a nós cabe a decisão de como iremos apresentar o velhinho Centro Histórico à cidade moderna e cosmopolita que queremos que o Porto seja neste novo século XXI.

Por sabermos que a visão do Dr. Rui Rio e da sua equipa para a cidade consubstancia o que enumeramos na nossa declaração de princípios, apoiamos a candidatura à presidência da Câmara Municipal do Porto da coligação por si liderada . Com convicção e confiança, partilhamos a certeza de estarmos a defender pelo melhor o interesse da nossa cidade e dos nossos concidadãos.

O que queremos

Queremos uma cidade em que as pessoas sejam livres de prosseguir os seus interesses, as suas ambições, os seus projectos de vida. Queremos uma cidade socialmente coesa, pois só assim se constroem as fundações de uma sociedade justa e empreendedora. Queremos uma cidade tolerante e solidária, em que cada um contribua convicta e activamente para as causas em que acredita; uma cidade em que se criem laços e instituições fortes, empenhadas no bem estar social. Queremos uma cidade criadora de valor, liberta do dirigismo arbitrário do Estado mas atenta ao interesse público. Queremos uma cidade dinâmica e cosmopolita, que aposte em projectos enriquecedores e criativos, através de conceitos inovadores. Queremos uma cidade amada por quem nela habita e trabalha, estuda e diverte-se, namora, investe, cria e sonha.
Acreditamos que uma cidade assim, mais que um espaço físico, é um ideal de progresso; uma cidade assim é mais que o somatório das pessoas que a usam como palco no seu dia a dia; torna-se num organismo social vivo e dinâmico que, pelo seu espírito livre e empreendedor, tem um comportamento próprio.
Queremos fazer do Porto essa cidade.