Cultura, diz respeito a todas os aspectos espirituais, materiais, intelectuais ou afectivos que caracterizam uma sociedade ou grupo humano. Inclui, além da arte e da literatura, os modos de vida, os direitos humanos, o sistema de valores, tradição e religião. UNESCO
Cultura é, numa palavra, a expressão de um povo. Diz-se que uma cidade não sobrevive sem Cultura; nada de mais verdadeiro. Aliás como poderia, sendo parte intrínseca da sua identidade. Sendo assim, se o povo de uma cidade levar uma vida difícil e ingrata, se as pessoas que dele fazem parte viverem mal e suportarem condições injustas e degradantes, se não puderem confiar nos seus representantes para que cumpram com as suas responsabilidades, a Cultura de tal povo não será mais que o seu próprio reflexo: pobre, apática e postiça.
A expressão cultural só terá bases para florescer numa cidade se nela estiverem reunidas as condições para que os seus habitantes vivam, sonhem e criem digna e livremente. O estado de degradação dos bairros sociais, o abandono da Baixa, o despesismo irresponsável que ignorava a tragédia social, o clima de insegurança, enfim, todo o ambiente que caracterizava a cidade em 2001, exprimia também a vida cultural que então existia: pobre, apática e postiça.
Dizem os críticos do actual executivo que, ao longo dos dois últimos mandatos, o seu Presidente desprezou e maltratou a Cultura. Não conseguem perceber que, bem pelo contrário, criou as condições necessárias para que possa haver no Porto uma dinâmica cultural e artística como nunca se pensou possível na cidade (provavelmente nem pelos responsáveis da Porto 2001), e que mostra já efeitos de um promissor futuro.
Ao atacar com eficácia e atenção os mais graves problemas da cidade (em cima referidos) o executivo possibilitou o crescimento de um factor chave para a afirmação da cultura: público (ou melhor, públicos). Por outro lado permitiu o desenvolvimento de projectos artísticos originais e genuinamente portuenses, que encontraram nesses públicos uma grande adesão e incentivo para continuar. Finalmente, deu ao público e aos criadores a liberdade para decidir o que ver e o que criar. Desta forma, o acesso à cultura tornou-se mais democrático e transparente, promovendo ainda a saudável interacção entre espectador-criador, que permite a evolução cultural.
Perante isto, cabe-nos no próximo dia 11 escolher um de dois cenários: Porto 2001 ou Porto 2009, com a plena noção de que se optarmos por um retrocesso desta vez será irreversível.
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